Rua Mathias Valadão perpendicular à Av. Brigadeiro Faria Lima na altura do número 1234, São Paulo, SP, Brasil.

 

PROJETO ARQUITETÔNICO DE URBANISMO E PAISAGISMO: 2015/ 2020

Rua sem saída com uso privado transformada em parque público.

Medidas do local de projeto: 8,00X 45,00m

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Obra selecionada e apresentada no 27° Congresso Mundial de Arquitetos - UIA - RIO- Julho de 2021

Certidão de Acervo Técnico com Atestado emitido pelo CAU- Conselho de Arquitetura e Urbanismo n° 681959 / 2021

 

A avenida Faria Lima na cidade de São Paulo, foi executada a partir do alargamento da existente rua Iguatemi de 1967 a 1970 quando foi inaugurada. A partir daí foi iniciada uma intensa especulação imobiliária em seus terrenos. Pouquíssimas construções que existiam anteriormente na rua Iguatemi sobreviveram, a maioria foi derrubada para dar lugar a edifícios de escritórios.

 

Com esta transformação e a incorporação de pequenos lotes em um único para a construção de edifícios, uma pequena rua perpendicular à avenida Faria Lima, a rua Mathias Valadão, passou a não dar acesso a qualquer imóvel ficando uma área desprovida de função. A rua Mathias Valadão “sobrou” no meio de edifícios, virando ponto de taxi e estacionamento. Uma rua pública que na sua origem servia de acesso a várias casas com isso passou a ser “propriedade” de um grupo particular.

Esta situação só se agravou a partir de 2013 quando esta rua passou a ter sua pavimentação similar às calçadas de cimento polido da av. Faria Lima.

Os taxistas foram substituídos por skatistas, motocicletas, ambulantes, sempre perpetuando uma ocupação por grupos específicos em detrimento do usufruto dos inúmeros pedestres que circulam pela avenida.

 

Diante desta situação os condôminos de um dos edifícios ao lado o de número 1234 da avenida Faria Lima, para o qual havíamos realizado o projeto de Retrofit Arquitetônico, se mobilizaram para nos solicitar o Projeto Urbanístico e de Paisagismo para transformar a rua Mathias Valadão em um parque.

Foi aprovado pela Prefeitura de São Paulo depois de uma luta durante três administrações, e posteriormente os condôminos custearam a obra e irão mantê-la por vinte anos.

 

O Projeto deu ênfase a que o pedestre usufrua de um local arborizado com alguns equipamentos que o acolhem.

A escolha foi por uma Arquitetura que propicia encontros com espaços não só eficazes, mas também inspiradores e belos.

Os usuários deste espaço são conduzidos a partir da calçada da avenida a um local com desenho em curvas contrastando com o traçado retilíneo da rua.

O desenho dos pisos foi importante no projeto pois reforça o sentido de uso e lugar do espaço. Da calçada da avenida ele direciona o pedestre para os nichos laterais em semicírculo com mesas e bancos e chega até o final da rua onde um piso circular fecha o projeto com mais mesas e bancos.

Equipamentos de ginástica, e suportes para bicicletas, complementam o uso do espaço.

 

As dezoito árvores plantadas tiveram suas espécies escolhidas para propiciar cores variadas em diferentes épocas do ano. Árvores que produzem flores roxas, cor de rosa e amarelas se alternam dando diferentes ritmos para o parque no qual se transformou a rua Mathias Valadão.